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NUTRIÇÃO

ALIMENTOS x ENXAQUECA

Será que há alguma relação entre enxaqueca e alimentação?

Existem alimentos que podem causar enxaqueca? Quais são eles? A adoção de uma dieta adequada elimina esse problema?

Existe realmente uma ligação entre a enxaqueca e a alimentação, mas para entender melhor o papel dos alimentos, é necessário conhecer os fenômenos clínicos que levam aos sintomas que atormentam tantos pacientes com crise de enxaqueca.

Tais problemas atingem entre 4 e 16% da população brasileira, predominantemente mulheres.

Os sintomas marcantes da enxaqueca são dor de cabeça latejante, localizada ou difusa, acompanhada, ou não, de distúrbios visuais e digestivos.

Quando as artérias se contraem, surgem o mal estar, as alterações visuais e outros fenômenos sensitivos. Quando as artérias se dilatam e batem na rede nervosa, que envolve o cérebro, formam-se dores terríveis.

Esses fenômenos acontecem devido a alterações relacionadas com o equilíbrio, na circulação sanguínea, das substâncias envolvidas nos mecanismos alérgicos. São comuns também os casos de enxaqueca em pessoas intolerantes a certas bebidas, alimentos, adoçantes e anticoncepcionais.

Estudos revelam que, nos pacientes com enxaqueca, ocorre um desequilíbrio nos níveis de histamina e serotonina. As substâncias precursoras da histamina e da serotonina estão contidas em alguns alimentos, que devem ser reduzidos ou simplesmente abolidos da dieta de quem sofre com essas dores.

Em grupo, essas substâncias estão no chocolate (o vilão para quem sofre de enxaqueca), ovos e derivados (massas, pizzas, bolos, pudins, maionese, etc), laranja, queijo prato, feijão, vinho tinto e cerveja.

Uma dieta que ignore esses alimentos rende bons resultados no tratamento da enxaqueca.

A ênfase que se dá à alimentação adequada deve ser entendida como uma alternativa louvável à ingestão de medicamentos, no tratamento de doenças crônicas como a enxaqueca.

Incluir na dieta alimentos como a castanha-do-pará, atum, canela, grão de bico, granola, pães, entre outros podem ajudar a diminuir as crises de enxaqueca.

Alguns alimentos que contêm selênio (encontrados na castanhas) podem ajudar a diminuir o estresse. O triptofano (contido em alimentos como a banana) libera serotonina e traz a sensação de bem-estar. Já os anti-histamínicos (presentes na canela e gengibre) inibem a produção de prostaglandina, responsável pela sensação de dor.

Para a Gerente de Nutrição do Hospital do Coração, em São Paulo, Rosana Perim,  no período menstrual, os alimentos ricos em magnésio (encontrado na castanha-do-pará) e em ômega 3 (presentes no salmão) representam um importante papel nesta fase e ajudam no controle das crises, podendo ser consumidos tranquilamente durante este período.

Em contrapartida, é importante também evitar alguns alimentos gordurosos (que liberam a prostaglandina, hormônio responsável pela sensação de dor), cafeinados (substâncias que alteram a circulação sanguínea) e bebidas alcoólicas (provocam vasoconstrição dos vasos sanguíneos).

Alimentos que auxiliam no controle da crise de enxaqueca:

  • Semente de linhaça, atum, sardinha, salmão ou cavala, pois são ricos em ômega 3;
  • Castanhas, amêndoas e amendoim: ricos em selênio, que diminui o estresse;
  • O triptofano ajuda a liberar serotonina, que proporciona sensação de bem-estar. Alimentos como a banana, erva-cidreira, maracujá, pão, arroz, feijão e granola contêm essa substância;
  • Os anti-histamínicos inibem a produção de prostaglandina, responsável pela sensação de dor. São encontrados no orégano, cravo, canela e gengibre;
  • Alguns estudos demonstram que a deficiência de magnésio pode representar um importante papel no desenvolvimento da enxaqueca no período menstrual. Encontrado em amêndoas, avelã, castanha-do-pará, amendoim, alcachofra e espinafre.
  • O consumo de alimentos ricos em vitaminas do complexo B, como feijão, lentilha e grão de bico, também ajuda a prevenir a enxaqueca.

Alimentos que podem desencadear as crises de enxaqueca:

  • Adoçantes artificiais e produtos diet e light (aspartame e sucralose);
  • Carnes curadas, defumadas, embutidos, salsicha e linguiça, contêm nitratos e nitritos, substâncias que aumentam a dilatação dos vasos sanguíneos;
  • Refrigerantes a base de cola, guaraná, café e o chá mate devem ser evitados, pois possui cafeína, substância estimulante que pode alterar a circulação sanguínea;
  • Bebidas alcoólicas como: vinho tinto, espumantes e destilados em geral possuem fenóis, aldeídos e sulfetos. Essas substâncias podem provocar vasoconstrição dos vasos sanguíneos;
  • Chocolates, queijos duros e frutas cítricas contêm tiramina, substância que libera a prostaglandina, hormônio responsável pela sensação de dor;
  • Aditivos alimentares, como o glutamato de monossódico presente em temperos e alimentos industrializados e embutidos.